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A Inevitabilidade do Tempo - O que James Bond e Q tem a nos ensinar?

A Inevitabilidade do Tempo - O que James Bond e Q tem a nos ensinar?

Em Skyfall, filme de 2012 da premiadíssima franquia 007 com Daniel Craig, e que parece mostrar que James Bond chegou ao seu limite, temos um diálogo que expõe de uma maneira incrível o conflito de gerações no ambiente corporativo e na vida profissional.

Vou reproduzir na íntegra aqui a conversa entre os dois personagens e depois conversamos...

Q: Isso sempre me deixa um pouco melancólico. Grande e velho navio de guerra, sendo ignominiosamente perseguido para sucata ... A inevitabilidade do tempo, você não acha? O que você vê?

James Bond: Um grande navio sangrento. Com licença.

Q: 007. Sou seu novo contramestre.

James Bond: Você deve estar brincando.

Q: Por que, porque não estou usando um jaleco?

James Bond: Porque você ainda tem espinhas.

Q: Minha aparência dificilmente é relevante.

James Bond: Sua competência é.

Q: Idade não é garantia de eficiência.

James Bond: E a juventude não é garantia de inovação.

Q: Bem, posso arriscar que posso causar mais danos no meu laptop sentado de pijama antes da minha primeira xícara de Earl Grey do que você pode fazer em um ano no campo.

James Bond: Oh, então por que você precisa de mim?

Q: De vez em quando, um gatilho deve ser puxado.

James Bond: Ou não puxado. É difícil saber qual ainda está de pijama, Q.

Q: 007.

James bond cena 1

Eu que sou fã assumido de 007 devo dizer que essa cena é no mínimo sensacional.

Temos aqui dois profissionais altamente qualificados e especialistas em suas áreas de competência, com um diferença considerável de idade entre eles. E no diálogo percebemos três palavras chaves, que são: EFICIÊNCIA, INOVAÇÃO e COMPETÊNCIA.

Enquanto Q defende que a idade não é sinônimo de eficiência, Bond refuta o argumento ao afirmar que a juventude não é sinônimo de inovação. A pergunta é: qual dos dois está certo?

A busca por um resposta nos leva a uma análise interessante, porque estamos vivendo algo nunca visto na história do mercado de trabalho: várias gerações atuando juntas, dividindo tarefas, responsabilidades e, também, opiniões.

A verdade é que as diferenças das gerações no ambiente de trabalho sempre existiram. O que muda é que, hoje, existem quatro gerações trabalhando juntas. Isso resulta numa diferença de idade de cerca de meio século entre os mais velhos e os mais novos. Bastante coisa, não?

Nesse cenário de perfis comportamentais tão distintos, é preciso ter muito “jogo de cintura” e empatia para liderar, treinar e desenvolver essas pessoas para que elas possam fazer parte de um mesmo time e, assim, garantir os melhores resultados para a organização.

James bond cena2


Falar em conflito pressupõe sempre a lógica de um contra o outro e, inconscientemente, fica aquela ideia de que haverá um vencedor no final. São debates para discutir quem tem mais razão, quem deve se “render” ao outro, quem está certo e quem está errado — e nada disso contribui para avançarmos na pauta.

Claro, entendo que existem, sim, conflitos que permeiam as relações entre as pessoas e, portanto, entre as gerações, mas olhar a questão somente por esse prisma tira o foco do essencial, que é tentar entender o outro, ter empatia e aprender a caminhar junto.

A geração mais jovem, por exemplo, gosta de ser ouvida, de contribuir com novas ideias e ser recompensada de forma imediata. Já a maior parte dos trabalhadores mais velhos gosta de ser reconhecida pela sua dedicação de longo prazo, pela consistência.

Como foi comigo?

Hoje, com 42 anos de idade e 23 anos de carreira, sempre na área de TI, eu já me peguei pensando sobre isso. E após ler muito, conversar com amigos e refletir na minha experiência e na de outros, cheguei a conclusão de que tudo o que aprendi e vivi até agora só serve de base para o que eu ainda quero construir e alcançar. Nunca estive tão empolgado e motivado para realizar os meus planos e sonhos e para o futuro, e quero ajudar outros profissionais, que ainda estão começando a também serem bem sucedidos em suas carreiras. Felizes com o que fazem.

A parte legal de ser um profissional com experiência é que a maturidade ajuda nas decisões, e a saber quando você deve, ou não, “puxar o gatilho”. Sem a “experiência de campo” saber qual decisão tomar é de fato mais difícil.

Em vez de preferir uma geração a outra, as organizações precisam desenvolver e reconhecer o valor único de cada indivíduo, bem como a sinergia que pode ser criada entre pessoas com diferentes experiências e perspectivas. E eu estou muito feliz em estar hoje em uma empresa que valoriza a característica única de cada profissional.

Então...

Quando uma empresa consegue fazer com que seus colaboradores, independente de quais sejam as suas gerações, compartilhem uma visão comum e caminhem unidos em um mesmo propósito; isso se traduz em uma melhor experiência para o cliente.

Eu concluo esse artigo voltando às perguntas que fiz no inicio: Qual dos dois estava certo? O que é mais importante? E a resposta é que precisamos dos três:

  • Competência, que é aptidão para cumprir a tarefa;
  • Eficiência, que é capacidade de produzir realmente um efeito;
  • Inovação, que é fazer diferente, gerando valor real para o cliente.

Minha última dica: você, profissional que está começando agora, use a experiência de seus colegas mais velhos para ir além. E tenha paciência: tudo tem o seu tempo. Pratique a resiliência: tomar bronca do chefe ajudar a crescer e muito. E você, colega experiente, aproveite a motivação e as novas ideias dos mais novos para se reinventar e descobrir novas possibilidades. Seja humilde: A galerinha nova tem muito, muito a nos ensinar.

Sim, é inevitável, o tempo chega para qualquer um. Mas enquanto ainda estamos aqui, vamos fazer acontecer e dar o nosso melhor!

 

* Texto gentilmente cedido pelo autor. Link direto da publicação original no LinkedIn: https://www.linkedin.com/pulse/inevitabilidade-do-tempo-o-que-james-bond-e-q-tem-nos-d-bruno/


* Sobre o autor:
João Marcelo D Bruno é Cloud Solution Architect na Microsoft. Profissional de TI experiente e certificado com mais de 20 anos de sucesso em vendas técnicas consultivas, fechamento de negócios, crescimento de receita, design de soluções técnicas, coordenação de equipes, gerenciamento de contas e pré-vendas. Desafio é o que me motiva a me aprimorar e dar o meu melhor. Atualmente estou morando em Lisboa, Portugal, cursando meu mestrado - isso é um grande desafio!


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